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Aventuras pela Itália – 2ª parte

Conforme narrei no texto anterior, há poucas semanas voltei da minha primeira viagem à Itália e por alguns textos mais seguirei com minhas impressões sobre curiosidades e até apuros que minha família e eu passamos por lá.

Quando estávamos planejando sobre quais destinos seriam os escolhidos para serem vistos durante o período em que ficaríamos por lá, a cidade de Veneza logo surgiu como uma probabilidade. Depois de algumas controvérsias, após ler sobre e ouvir a opinião de algumas pessoas, resolvemos ir.

De Florência, ponto inicial de nossa viagem, pegamos o trem até Veneza, em um percurso que durou cerca de duas horas, com velocidade média de 150 km, chegando até 180. Muito limpo e confortável, até lanche foi servido durante o trajeto. A paisagem rural um tanto diversa da que estamos acostumados a ver aqui, a propósito. Vi muitas plantações de girassol, cujo amarelo das flores tornava tudo mais bonito. Videiras e oliveiras também eram abundantes, entre outras culturas que não consegui identificar. O que não vi em nenhum lugar, foi gado, à exceção de algumas poucas cabras.

Assim que o trem chegou na estação, fomos seguindo o fluxo de pessoas, sem termos exata certeza de para onde estávamos indo. Até que chegamos a um ponto de entrada na cidade, quando foi necessário pagar para acessá-la. Quando se tem uma moeda que vale seis vezes menos tudo parece e é mais caro, mas penso que o valor de cinco euros se justifica para preservar o lugar que é um dos Patrimônios da Humanidade.

Pode parecer simplório aos mais viajados mas a chegada ao porto de entrada, a visão da cidade formada por um agrupamento de ilhas no meio do Mar Adriático tirou meu fôlego e é um dos lugares mais impressionantes em que já estive. Difícil explicar a mistura que a vista da água azul-esverdeada, do céu que naquele dia estava azul-celeste e repleto de gaivotas e da música que vinha de todos os lados provocou em mim. Fiquei maravilhada.

Embora tenhamos ouvido de várias pessoas sobre os canais terem cheiro ruim, não foi o que sentimos. Talvez dependa da época do ano, das cheias e baixas da água, mas o único aroma que sentíamos era da comida que havia em abundância em cada canto. Uma vez atravessada a ponte que liga a cidade ao continente, o que também poderia ser feito de barco, o que se vê são ruas muito estreitas, interligadas por pequenas pontes e passarelas sobre a água.

As construções, várias de origem bizantina, são antigas e quase todas preservadas, dando a sensação de um lugar que ficou parado no tempo. O comércio me surpreendeu, eis que há lojas de tudo e para todos os gostos, principalmente de lembrancinhas a base de murano, característico da região. Sorveterias com os famosos gelatos italianos e doces típicos também atraem os olhos gulosos por todos os lados.

Espetáculo à parte, a Praça San Marcos é de uma beleza ímpar e eu me senti dentro do cenário de um filme, diante da grandiosidade da Basílica. Acho que nunca andei tanto quanto naquele dia, ansiosa que estava por conhecer o máximo que fosse capaz. Só não fui nas famosas Gôndolas porque enjoo muito facilmente e achei que poderia estragar o restante do passeio.

Depois de quase seis horas andando, fotografando e comendo (isso sempre!), precisávamos achar o caminho de volta até a ponte que nos levaria de volta à estação de trem e foi aí que a coisa se complicou um pouco, pois nem mesmo o GPS dava conta de nos ajudar. E como quem tem boca vai à Roma, a cada 200 metros exercitávamos nosso italiano ou inglês para pedir ajuda no que parecia um labirinto interminável.

Assim que avistamos a bendita ponte respiramos aliviados, rumo ao trem que nos levaria na viagem de volta à Florença. Enquanto meus companheiros de viagem dormiam profundamente, exauridos, segui acordada, no desejo que eternizar as memórias que agora tento condensar neste texto.

Cinthya Nunes é jornalista, advogada, professora universitária e pode garantir que, ao menos em julho, Veneza tem cheiro de magia, tão somente – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo./ www.escriturices.com.br