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aprendizado

Aprender sempre. Esse é um lema que adotei para minha vida. Apesar de alguns pesares, o mundo é um lugar incrível e a vida é uma experiência imperdível. Certo porém que algumas pessoas, por razões que as religiões buscam explicar, enquanto outros julgam se tratar de pura sorte (ou falta dela), experimentam vidas com muito mais sofrimento do que os demais.

Em termos bem leigos, a história é relato do aprendizado contínuo. Todos os dias há coisas novas a saber, tecnologias que surgem, métodos antigos a serem redescobertos. Simplesmente isso tudo me encanta e apenas lamento o tempo passar tão rápido enquanto ainda há tanto a descobrir.

E nesse meu desejo, enfim, acabei me inscrevendo em um curso online e gratuito sobre Altruísmo Eficaz, promovido pela Universidade Federal de Uberlândia. Admito que me inscrevi pelo hábito maluco de fazê-lo sempre que posso, nas mais diferentes áreas, sem ter ideia do que de fato era a temática tratada. Após as primeiras lições do curso, no entanto, já me vi envolvida pelo assunto e pelas reflexões que ele traz.

Buscarei aqui, dentro da minha compreensão sobre o tema, que ainda é inicial, traduzir de forma mais simples a ideia central do Altruísmo Eficaz. Tratada pela filosofia, a proposta do altruísmo eficaz é criticada por alguns e defendida por outros, como aliás quase todas as proposituras o são, filosóficas ou não.

Vou me abster que ficar aqui citando nomes de filósofos que tratam do assunto porque esse nem é o propósito do texto e porque também meu conhecimento é bem superficial para fazê-lo, mas quem se interessar mais pelo tema conseguirá muito material interessante na internet.

Em suma, por essa corrente do pensamento, ao se ponderar sobre os meios disponíveis para fazer alguma ação de benemerência, essa deveria ser aquela que produz mais resultados, a fim de que o bem pudesse ter um alcance maior e mais efetivo. Dentro das minhas limitações teóricas e práticas, eu ouso discordar parcialmente.

Ao assistir alguns vídeos a respeito concordo com a premissa quando se trata de escolher entre entidades mais sérias e comprometidas, bem como com causas que podem beneficiar um número maior de pessoas. Em alguns dos exemplos citados, há entidades que se receberem somente um dólar de cada pessoa que contribuir conseguem propiciar água potável para várias comunidades e isso, por consequência, evitaria doenças e outras misérias. Mencionam ainda situações nas quais alguém doa cem vezes mais o valor supra e o alcance da ação é mínimo. Nesse sentido, se as pessoas direcionarem seus esforços para as ações mais eficientes, a ajuda será mais ampla, mais eficaz. O argumento se fortalece na medida em que com doações pequenas, porém eficientes, potencialmente o número de pessoas que podem contribuir e ajudar ao próximo aumenta significativamente.

Então, por princípio, a ideia tem lógica e relevância. E aqui só estou fazendo um extrato muito raso do tema, que demanda análise mais profunda, mas há também aqueles que a criticam pois escolher o bem que se faz tendo por base números de alcances pode excluir outras demandas igualmente importantes.

Parece-me, de fato, que se a escolha for simples, entre uma entidade mais séria, de causas mais importantes socialmente, talvez seja mais fácil e mais racional escolher. No mais, todo bem que se faz vale a pena, ainda que nem resulte em nada. Ao pensar apenas na eficácia, seria justo escolher não destinar verbas, públicas ou privadas, a pessoas em estágio terminal, por exemplo, mas somente para crianças carentes.

Realmente, muitas vezes o que fazemos só ajuda uma única pessoa e nada mais. Contudo, isso justifica optarmos por não o fazer, tendo em vista o alcance da ação benemerente? Parece-me que não. Até porque, creio, nunca sabemos o resultado ao certo. Uma vida salva pode impactar, no futuro, no bem de muitas outras. Cada pessoa importa, se não para os demais, pela vida em si. De todo modo, fica a reflexão.

Cinthya Nunes é jornalista, advogada, professora universitária e acredita no bem que se faz sem ver a quem – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo./www.escriturices.com.br