E depois da Covid-19, da guerra na Ucrânia, das eleições brasileiras, da crise econômica e de mais tantas outras coisas, agora, se não bastasse, parece que os extraterrestres resolveram dar as caras. Pois é, não está sendo fácil, como já dizia a cantora Kátia, lá entre os anos 80 e 90. E ao que indica, se não piorar, pode ficar bem curioso, para dizer o mínimo.
Sempre acreditei em vida fora do nosso planeta, a propósito. Tantas estrelas por aí e só aqui teria sido o local mais votado para colonização/infestação? Acho bem pouco provável. Se for isso, por outro lado, além de ser um desperdício, ainda é lamentável. Sem dizer que considerar o ser humano a última bolacha do pacote me parece nada humilde de nossa parte.
Engraçado que quando somos crianças tudo parece possível. Não porque nos superestimemos, mas porque não sabemos nada sobre o impossível. Assim, entre as mil profissões que eu cogitei escolher, estava a de astronauta. Ir até a Lua me parecia algo bem acessível e desejável já que em algum momento acreditei que fosse feita de queijo. Ver os homenzinhos verdes que moravam em Marte talvez fosse ligeiramente mais arriscado, mas sem dúvida emocionante.
Quando me dei conta de que não era tão fácil viajar pelo espaço, contentei-me em observar o céu estrelado, que parecia tão evidente na pequena cidade onde vivi parte da infância. No escuro manso daqueles tempos, eu me deitava no gramado em frente de nossa casa e ficava observando a Via Láctea, tentando identificar as constelações que meus pais me mostravam. Um dia eu haveria de ter um telescópio para trazer as estrelas para mais perto de mim.
Ficava naquele lugar por horas, buscando pelas estrelas cadentes que poderiam me conceder um desejo. Em uma daquelas vezes vi uma luz que se deslocava em zigue zague e que após ficar parada por uns instantes no céu, desapareceu em linha reta. Seria uma nave espacial extraterrestre? Não sei, mas gosto de pensar que sim. Imagino que vinham assuntar que coisinhas estranhas andavam no planetinha azul. Poderia até mesmo ser uma excursão escolar ou um viajante que pegou o buraco de minhoca errado e deu as caras para os lados de cá. Nunca saberei.
O tempo passou e há muitos anos vivo em uma cidade cujas luzes que nunca se apagam ofuscam o brilho das estrelas e pouco consigo observar do que está acima de nós, mas preservei o interesse no assunto e ainda que tenha as minhas reservas contra teorias muito malucas, acredito mesmo que há vida bem mais inteligente por esse ceuzão de meu Deus. Deste modo, nada difícil pensar que esse pessoal apareça por aqui, hora ou outra.
Relatos de avistamentos ao redor de todo globo terrestre não faltam, bem como se sabe que países como E.U.A. guardam em absoluto sigilo informações importantes sobre o tema. Então, que tem coisa aí, isso tem. O problema é que agora, nas últimas semanas, fatos estranhos e ainda inexplicáveis ou inexplicados, tem sido relatados em diferentes lugares, havendo, ainda, a derrubada desses objetos voadores não identificados por ordem dos governos de alguns países.
Daí fico eu aqui pensando que se os alienígenas estavam de boa, na paz, fazendo apenas um pouco de turismo ou sofrendo os efeitos de um GPS meia-boca, agora a gente complicou tudo. Praticamente chamamos (não eu e nem você, é claro) os ETs para o pau. Por outro lado, se já era uma missão de reconhecimento para iniciarem os movimentos de conquista, não ficou muito melhor e esse povo vai voltar com reforços. Ou seja, na análise de uma astronauta frustrada, as medidas adotadas não foram as mais estratégicas.
E olha que 2023 nem bem começou direito, mas talvez, pensando aqui, se eles aparecerem por esses dias no Brasil, podemos ter alguma sorte. Pensem bem se resolvem pousar na Sapucaí, agora no Carnaval. Nem vão saber quem é humano e quem não é. Em meio às fantasias, ninguém vai dar bola para os alienígenas. Se não chegarem matando todo mundo assim de cara, é capaz de dar samba e, de repente, salvamos o mundo meio sem querer, no jeitinho brasileiro mesmo.