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preguica

Em um ano de mínimos feriados em dias úteis, o brasileiro, de forma geral, alegra-se com na quinta-feira que, dando as mãos para sexta, transmuta-se para o chamado “feriadão”. Óbvio que muitas pessoas sequer conseguem tirar uma folga em feriados, seja por uma escala diferente de trabalho ou mesmo por estarem em áreas nas quais nada para. De um jeito ou de outro, porém, um feriado no mês de novembro, proporciona certo alívio na rotina dos dias de um ano (2025) sem muitas paradas.

Mas mesmo para quem não vai trabalhar, as escolhas ou possibilidades são variadas, indo da faxina até as viagens. Quem tem “bala na agulha” pega uma passagem aérea e vai dar um tempo, fora ou dentro do país. Outros, seguem para as casas de campo ou de praia. Se não tiver, rola uns dias na casa dos parentes mesmo. A desvantagem é aguentar aeroportos, rodoviárias e estradas lotadas, com viagens, ao menos as terrestres, durando o tripo do tempo. Haja paciência e coluna para isso.

Há também a galera do “eu vou é dormir, ler e/ou ver televisão”. Tempo de tentar colocar o sono em dia, de maratonar as séries preferidas, de ler os livros que aguardam ansiosos na cabeceira da cama, na bolsa ou no kindle. Sem dizer que há uma mistura de ler e dormir, ver tv e desmaiar de sono no sono, após os primeiros quinze minutos, seja sendo um filme de ação. É o corpo que relaxa, dando ordens de paradas obrigatórias.

Não podemos nos esquecer, ainda, dos “organizadores” dos feriados. Meio terapia, meio chateação, mas tem aqueles que somente dispõe de pouquíssimo tempo livre para colocar a casa em ordem, arrumar armários, separar o que não serve mais, o que nunca se usou, encontrar tesouros esquecidos nos fundos de gavetas, relembrar de quando aquele tamanho de calça era largo e assim por diante. É energia que circula, espaços que se abrem.

E embora seja no mesmo ambiente, mas com escopos distintos, tem o pessoal da faxina pesada. É a hora de dar aquela desencalacrada na sujeira do banheiro, na cozinha, de lavar roupas amontoadas na lavanderia, de guardar aquelas já lavadas há semanas, esperando pacientemente a sua vez de ocupar os armários.

Não podem, igualmente, ficar de fora os festeiros. Feriado, sobretudo para os mais jovens, significa mais noites com os amigos, com os parceiros, encontrar novos parceiros, dançar. Para os jovens de todas as idades, é também uma boa oportunidade de conhecer lugares diferentes, comidas diferentes, pedalar, caminhar de mãos dadas ou de mãos voltadas para o céu.

Por fim, há dois grandes grupos de pessoas: os que resolvem não fazer absolutamente nada e os que planejam fazer tudo, mas, não raro, não fazem nada. Isso, claro, excluindo aqueles para os quais sequer há feriado, enquanto dia não útil. Da minha parte, planejei quase tudo, exceto viajar, que é algo que, podendo, recuso-me a fazer em feriados. Separei livros, linhas para artesanato, séries de suspense, planejei alguns trabalhos com prazo chegando e olhei para minha cama com os olhos de puro desejo de noites com o sono dos justos.

Na primeira noite, consegui acompanhar o primeiro episódio de uma série que, depois disso, foi um sonho. Quando fui para cama, tive insônia e, assim que consegui dormir, já de manhazinha, fui acordada por uma cachorrinha que estava feliz pelo nascer do sol. Até agora, metade do feriado e não tiquei nem dois itens da minha lista. Então resolvi escrever sobre um tema que vinha me inspirando há dias, mas acabei foi mesmo pensando no feriado. Mais uma coisa que saiu como foi possível, à revelia do meu planejamento. Acho que vou aproveitar o restante do tempo “semi-livre” para dormir e seja o que Deus quiser.

Cinthya Nunes é jornalista, advogada, professora universitária e queria mais dois dias de feriado – /www.escriturices.com.br

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