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Acabei, inadvertidamente, por conta do feriado, esquecendo-me de comentar sobre a Páscoa, na semana passada. Eu tinha outro texto em mente, mas quando vi, já tinha passado da hora de enviar meus singelos escritos àqueles que me fazem o favor de publicá-los.  Daí, hoje, pensando sobre o quê escrever, somente um assunto me veio à mente: ovos!

Desde que me conheço por gente tenho fascinação por ovos. E não apenas os de chocolate. Gosto tanto de admirá-los quanto gosto de comê-los. Lembro-me, assim, antes que fosse quase proibido comer ovos pela manhã, antes que o colesterol fosse uma ameaça conhecida, que meu pai, todos os dias, logo cedo, comia um ovo meio cozido, meio cru, aberto na parte de cima e salpicado com sal. Aquilo era uma gostosura, principalmente quando eu comia parte do dele, antes que ele fosse trabalhar. Se fosse hoje, o monstro da salmonela acabaria com a brincadeira. Com certeza, o mundo se tornou um lugar mais perigoso de se viver...

Também quando criança, eu gostava de procurar ovos. Encantei-me quando descobri que lagartixas os botavam e, diante da fragilidade e beleza deles, passei a caçá-los e guardá-los em uma caixinha forrada com algodão. Redondinhos e brancos, pareciam de brinquedo e eu achava o máximo pensar que ali dentro se escondiam pequenos “répteis de parede”. Até o susto que levei valeu a pena,  quando, sem supor que isso ocorreria, abri a caixinha e de lá pularam várias lagartixas bebês, recém nascidas e prontas para ganhar o mundo.

Os ovos de galinha sempre foram um capítulo a parte e, inclusive, sobre isso, já escrevi várias vezes. Sempre gostei de achá-los, selecioná-los, fossem brancos, azuis, pequenos, graúdos, com formas perfeitas ou não. Descobri, até mesmo, que as galinhas, ao botarem seus primeiros ovos, fazem isso de forma tímida, miúdos e desajeitados. No correr de suas vidas, eles vão se aperfeiçoando, até que, um dia, começam a ficar irregulares, a rarear e isso dá sinais de que a pobre ave começa a iniciar o seu ciclo. Historicamente, essas galinhas viraram canja. Sempre que fizeram isso, foi à revelia dos meus sentimentos, pois se eu já achava isso uma maldade infinita, criança que era, imaginem hoje, aos 40 anos, o tipo de sentimento que essa ideia me dá, rs...

Ainda falando sobre ovos de verdade, eu alimentei, durante muitos anos, o desejo de ver ovos de tartaruga, até que um dia vi ovos de jabuti. Pequenos, redondos e duros como bolas de bilhar, eles me pareceram tesouros enterrados, prontos para revelar criaturinhas encantadas, brotadas do fundo da terra. E quando vi um ovo de avestruz então? Fiquei dividida entre imaginar o tamanho da omelete e a ideia de um mini avestruz em semente, lá dentro, aguardando a centelha divina que o traria a esse mundo...

E quanto aos ovos de Páscoa? Bem, devo dizer que já fui mais fã deles no passado, sobretudo quando não me preocupava com quantidade de calorias explosivas e com os preços deles. Tudo o que eu tinha que fazer era ganhá-los e devorá-los, sem pudor ou remorso. Simples assim...

Confesso que ainda me encanto pela diversidade em que hoje eles estão disponíveis. São tantos formatos, cores, modelos, tamanhos, sabores e apresentações, que, creio, teria certa dificuldade para os escolher. Contudo, não os tenho mais em predileção, no quesito  “guloseimas”. Prefiro os bolos de chocolate, fofinhos e convidativos para um café da manhã ou da tarde. Talvez seja sinal dos tempos. Dos meus tempos...

Já os ovos verdadeiros, ainda sou por eles encantada. Estejam fritos, cozidos, ou nos ninhos...