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 Gatos engracados dormindo em posicoes mais estranhas huzwAw4n2V

Esse inverno tem sido especialmente gelado. Nem me lembro de outro mês de julho tão marcado por temperaturas baixas, clima seco e de ventos gelados nos últimos anos. Não sendo uma admiradora do frio, admito que é mais fácil suportá-lo trabalhando em sistema de home office.

Embora não seja a expressão da elegância ficar em casa de pijamas, meias e touca, bem melhor trabalhar assim do que ser obrigada a acordar cedinho e sair por aí parecendo uma bola com pés e cabeça. Nesses tempos pandêmicos, se for necessário aparecer em alguma câmera, basta dar uma penteada nos cabelos e fazer uso de um pouco de batom.

Além disso, por sorte, aqui em casa dispomos de um sofisticado sistema de aquecimento, capaz de dar conta dos dias mais frios. Tal sistema é ecológico, silencioso e repleto de fofura. Em cinco modelos, disponíveis nas cores preta, branca, branca e preta e cinza, em dimensões variadas, os aquecedores felinos não apenas funcionam para fornecer calor, mas também para distribuir afeto.

Esteja eu sentada no sofá, digitando na escrivaninha ou deitada na cama, sempre há um dos gatos a disputar meu colo. Aninham-se cuidadosamente e, minutos depois, começa o ronronar e a dispersão de calor. Não há frio que resista, seja o de fora ou o de dentro. Às vezes, no entanto, o calor é tanto que é preciso retirar um deles de perto, sob pena de quase sufocar.

Uma coisa eu lhes digo, gatos são criaturas fantásticas, quentes e folgadas. Deitam-se onde bem lhes aprouver, mesmo que possa parecer o lugar mais desconfortável do mundo. Assim, sempre dão um jeito de se aconchegar perto do humano de estimação. Algumas coisas me deixam curiosa e até um pouco preocupada quando o tema é o lugar preferido dos gatos para dormir, a propósito.

Lendo na internet, o local de maior (des)informação moderno, vi que se a pessoa quiser dormir bem, durma onde o cachorro dorme e que o gato dorme onde precisa fazer uma “limpeza” energética. Daí a coisa complica para o meu lado, porque todos os meus gatos dormem ou sobre mim, esteja eu onde estiver, ou do meu lado da cama.

Uma de minhas gatas, a Nina, para o meu azar a mais gordinha delas, aprecia dormir sobre minha barriga. Basta que ela me veja indo dormir que já me segue e fica por perto, esperando que eu me deite para poder tomar o lugar dela. De início, quase como um ritual, eu a retiro de lá, talvez por umas dez vezes antes de me dar por vencida e cair no sono. Não raro acordo como se estivesse sendo esmagada e encontro dois imensos olhos verdes a me encarar, sonolentos, desaprovando a interrupção de seu justo descanso.

Outra, a Belinha, parece esperar que eu durma para pular na cama, com as quatro patas de uma só vez, fazendo uma excursão noturna sobre os reles humanos que ousam se deitar nos domínios dela. Pesada e com patinhas desproporcionalmente pequenas, ela tem o dom de pisar nos locais mais inapropriados do corpo alheio, procurando o local ideal para dormir, quase sempre sobre minha cabeça ou na quase totalidade do meu travesseiro.

Nos dias frios como esses que a maior parte do Brasil vem passando, ter o aquecimento dos bichanos é um bônus bem-vindo, gratuito e reconfortante. Apenas quem se permite conviver com gatos será capaz de compreender os benefícios dessa companhia, do calor que emitem para além daquilo que se pode sentir. Entendidos entenderão. Simples assim.

Cinthya Nunes é jornalista, advogada, professora universitária e vive se segurando para não adotar mais gatinhos – Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo./www.escriturices.com.br